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Novos olhos. Novo mundo.

Estamos sempre à espera que a nossa sorte mude, que as pessoas que cruzam o nosso caminho sejam outras, que as nossas relações sejam melhores, que o nosso trabalho ou chefe se altere e quando nos deitamos na cama fechamos os olhos a sonhar com o quanto gostávamos que tudo fosse diferente.

Para existir uma verdadeira mudança dizia o Gandi que tínhamos, NÓS, de nos tornar nessa mesma mudança. A verdade é que é mais fácil esperarmos que as coisas se alterem lavando as mãos da nossa responsabilidade nessa alteração. No entanto quase tudo depende apenas, só e exclusivamente, de NÓS. Se mudarmos, NÓS, tudo muda. Se formos diferentes, se fizermos diferente, se agirmos de forma diferente as coisas acontecem. E não é simular que agimos de forma diferente para nos convencermos a nós e aos outros, também não é a esconder ou a omitir as nossas acções. Não há nada para provar a ninguém que não a nós mesmos. Se queremos ser diferentes temos que o ser. Temos que dizer não ao padrão anterior, temos que mudar a forma como vemos o mundo e como fazemos as coisas. Ser transparentes, ser aquilo que queremos ser. Mudar. Cá dentro. Mudar. A nossa cabeça. Mudar. O nosso pensamento. Mudar. Os nossos dias. Mudar. A nossa forma de agir. Mudar. Os nossos olhos.

Uma mudança nunca depende só de querer. Querer é apenas o primeiro passo. Não depende de dizer “é agora” ou “desta vez vai ser diferente”. É preciso visualizar e perceber que o mundo flui de outra forma, que nos sentimos melhor, que as coisas certas acontecem, que puxamos o nosso melhor e que isso atrai o melhor dos outros. Quando sentimos isso depende de NÓS concretizar. É preciso deixar de “tentar” e simplesmente mudar. Ser diferente de facto. Focar-nos nos nossos objectivos, sem testar e experimentar outros para não nos desviarmos – se escolhemos aqueles é porque são os certos e nos fazem sentir bem. Existem outras opções mas já as testamos antes e não funcionaram. É agarrar-nos com coragem, determinação e responsabilidade. Sim, responsabilidade porque somos os únicos responsáveis pelo nosso dia, pela nossa vida, pelo que somos, pelo que fazemos e por quem atraíamos e temos à nossa volta. Somos os únicos responsáveis por ser felizes e, por isso, não vale a pena andar a brincar ao faz de conta e a atrasar o processo. É ser corajoso, é estar determinado e apenas SER esta mudança. Mas SER de facto.

Dizia Marcel Proust que a verdadeira viagem de descoberta não consiste em procurar novas paisagens mas sim em termos novos “olhos”. Nem sempre é preciso mudar o mundo à nossa volta mas sim mudar o mundo dentro de nós. E o grande desafio é estar receptivo a pôr esses novos olhos e ver o que está à volta de uma forma diferente. Aproveitar quando naturalmente surge no nosso caminho algo ou alguém que nos mostra que o que achávamos ou que a nossa forma antiga de fazer as coisas não é necessariamente a certa e que existem outras que nos tornam melhores e mais felizes.

Para terminar esta reflexão partilho um epitáfio – sim um epitáfio, e que isso nos faça igualmente pensar para que nunca cheguemos ao fim sem ter aprendido o mesmo – encontrado na Abadia de Westminster que diz o seguinte: “Quando eu era jovem, a minha imaginação não tinha limites, sonhava mudar o mundo. À medida que fui crescendo pensei que não havia maneira de mudar o mundo, pelo que me comprometi com um objectivo mais modesto de mudar apenas o meu país. Mas, com o passar do tempo, isso pareceu-me também impossível. Quando cheguei à velhice, conformei-me em mudar apenas a minha família e os que me são próximos, mas também não consegui alcançar quase nada. Agora, no leito da minha morte, de repente compreendi uma coisa: se me tivesse tentado mudar a mim mesmo, talvez a minha família tivesse seguido o meu exemplo e, com o seu exemplo, o meu país tivesse mudado também e, por fim, isso, talvez quem sabe, pudesse ter mudado o mundo.“

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